2025: o que esperar do ano que está chegando? Veja as projeções econômicas e a opinião de empresários do Espírito Santo

Com 2025 se aproximando, o cenário econômico global ainda enfrenta um contexto de incertezas, mas existem sinais de recuperação e oportunidades para diversos setores. Esse novo ano traz expectativas de adaptação, inovação e ajustes econômicos, com os principais economistas e analistas projetando uma economia marcada pela busca por crescimento sustentável e estabilidade.

Perspectivas para o Brasil

O estudo “Cenário Macroeconômico Global e Brasil 2025”, realizado pelo Centro de Inteligência em Médias Empresas da Fundação Dom Cabral (FDC), apronta que, no Brasil, o crescimento do PIB tem se mostrado mais robusto do que o esperado, com estimativas de crescimento acima de 2,5% ao ano para 2024. A previsão para 2025 é de um crescimento superior a 2% ao ano, o que leva a um cenário relativamente positivo.

No entanto, o crescimento sustentado pelo consumo em 2024 pode desacelerar em 2025, principalmente devido à necessidade de o Banco Central elevar as taxas de juros para cumprir as metas inflacionárias. A expectativa é que o ciclo de aumento das taxas comece a ser revertido apenas em meados de 2025, com a redução gradual da taxa Selic.

O estudo também destaca a urgência de acelerar reformas setoriais que atraiam mais investimentos. Além disso, o país ainda enfrenta o desafio de equilibrar suas contas fiscais e avançar na implementação da reforma tributária, que deve equilibrar a carga tributária entre os diferentes setores da economia.

Inflação e taxas de juros

Após um período de alta inflação e elevação nas taxas de juros, muitos países esperam que a política monetária comece a se estabilizar em 2025. Bancos centrais ao redor do mundo estão monitorando de perto os índices de inflação para definir ajustes, com a expectativa de manter as taxas de juros em níveis adequados para fomentar crescimento sem desencadear nova pressão inflacionária. Esse cenário é especialmente positivo para consumidores e empresas, pois empréstimos e financiamentos poderão se tornar mais acessíveis, incentivando o consumo e o investimento.

Inovações tecnológicas e a transformação digital

A transformação digital continua a ser uma tendência relevante para a economia em 2025. Setores como inteligência artificial, tecnologia verde e a automação de processos prometem avanços que podem impulsionar a produtividade e criar novos mercados. Pequenas e médias empresas, assim como grandes corporações, estão cada vez mais investindo em tecnologias que aumentam a eficiência e melhoram a experiência do consumidor. A expectativa é que essas inovações gerem novos empregos e estimulem o crescimento econômico, especialmente nos setores de tecnologia, educação e saúde.

Foco na sustentabilidade e na economia verde

A economia sustentável segue em ascensão, com empresas e governos cada vez mais comprometidos com práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Em 2025, espera-se um avanço significativo nas políticas verdes, tanto em países desenvolvidos quanto em economias emergentes. As regulamentações ambientais devem se intensificar, e os incentivos para práticas sustentáveis continuarão a crescer. Isso abre oportunidades para investimentos em energia limpa, produtos e serviços sustentáveis e infraestrutura verde, setores que tendem a se expandir e gerar empregos.

Tensões geopolíticas e reestruturação das cadeias de suprimento

A economia global também será impactada pelas dinâmicas geopolíticas. As tensões comerciais e os desafios nas cadeias de suprimento globais devem continuar em 2025, principalmente em setores como o de semicondutores e eletrônicos. Muitos países estão buscando diversificar suas cadeias de fornecimento, promovendo uma produção mais localizada e reduzindo a dependência de mercados estrangeiros. Esse movimento pode representar novas oportunidades de negócios para empresas locais e tornar as cadeias de suprimentos mais resilientes a crises globais.

Cenário Macroeconômico Global

No cenário global, de acordo com o estudo do Centro de Inteligência em Médias Empresas da Fundação Dom Cabral, a inflação continua a impactar o crescimento de diversas economias, especialmente nas mais avançadas. Contudo, a atividade econômica tem se mostrado resiliente, com um processo gradual de desinflação em andamento. A previsão é que o crescimento mundial seja de 3% ao ano em 2024, mantendo-se em um patamar semelhante em 2025.

A economia dos Estados Unidos deve seguir uma trajetória sólida, embora ainda impactada pela inflação persistente, com um recuo gradual previsto, com a convergência para a meta de inflação apenas no final de 2026. As projeções do FMI apontam um crescimento de 2,7% para 2024 e 1,9% para 2025.

Na Zona do Euro, após um período de estagnação econômica em 2023, as previsões para 2024 são mais positivas. A Comissão Europeia projeta um crescimento do PIB de 1,0% para a União Europeia (UE) e de 0,8% para a área do euro, com um leve aumento para 1,6% na UE e 1,4% na área do euro em 2025.

A economia chinesa, por sua vez, apresentou um crescimento abaixo do esperado no segundo trimestre de 2024 (4,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior) e deverá continuar em um ritmo mais fraco, com crescimento projetado de 4,6% para 2024 e 4,1% para 2025, segundo projeções do FMI.

Cenário do emprego: flexibilidade e valorização de novas habilidades

A flexibilidade no ambiente de trabalho e a valorização de novas habilidades continuam em evidência. A tendência para 2025 é que as empresas sigam adotando modelos híbridos e remotos, oferecendo maior autonomia aos trabalhadores. Além disso, profissões ligadas a tecnologia, sustentabilidade e gestão de dados estão em alta, e o mercado demanda habilidades que acompanhem essas áreas em crescimento. Para os profissionais, investir em qualificação e atualização contínua será fundamental para aproveitar as oportunidades que o novo ano traz.

Consumo e a nova realidade do e-commerce

Os hábitos de consumo vêm se transformando, e o e-commerce deve seguir em expansão em 2025, mas com consumidores cada vez mais exigentes em relação à personalização e sustentabilidade dos produtos. Empresas que se destacarem em experiência de cliente e responsabilidade ambiental provavelmente ganharão vantagem competitiva. Além disso, a integração de canais (omnichannel) e o uso de dados para personalizar ofertas são diferenciais que se fortalecem.

Assim, 2025 se apresenta como um ano de desafios e adaptações, mas também de oportunidades de inovação e crescimento. Com inflação e taxas de juros mais equilibradas, novas tendências tecnológicas e avanços em sustentabilidade, há espaço para crescimento econômico. Para empresas e consumidores, a chave será a adaptação contínua, acompanhando de perto as mudanças no cenário global e investindo em inovação e resiliência. As PMEs, em especial, devem estar atentas aos novos modelos de negócio e ao comportamento do consumidor para garantir que estejam prontas para aproveitar o que o novo ano tem a oferecer.

O que dizem os empresários?

“As perspectivas para 2025 do setor atacadista e distribuidor são muito positivas. Seguiremos com as ações desenvolvidas ao longo de 2024, com um olhar sempre voltado para o empresariado, os seus colaboradores e a sociedade capixaba, e focando em tecnologia e inovação. Acredito que estamos contribuindo na construção de um Espírito Santo reconhecido como um hub de atração de empresas e negócios, com um ambiente jurídico seguro, criando um ambiente mais disruptivo e competitivo para o setor atacadista e distribuidor capixaba”.

Idalberto Moro, presidente do Sincades

“Acreditamos que 2025 será um ano de sequência de crescimento das relações comerciais pelos diversos canais digitais, que vem se consolidando desde o período pandêmico, alcançando dados significativos nos anos seguintes e, para o próximo ano, esse crescimento estará alicerçado na multiplicidade das ferramentas tecnológicas que estão sendo despejadas no mercado, busca do usuário por experiências cada vez mais interativas e únicas. Entendemos que esse cenário de desenvolvimento para 2025 passa por esse caminho de tornar a busca do usuário, mesmo que interativa e lastreada pelas Inteligências Artificiais, o quanto mais personalizada, tendo um toque pessoal e individualizado, além de bases que demonstrem uma relação ética, sustentável e de respeito mútuo. Agregado a isso, todos os desafios já desgastantes do mercado que são os altos custos da burocracia, dos impostos e da deficiente e onerosa logística, além do sempre instável panorâmica político-econômico. Utilizando adequadamente todas as ferramentas que o mercado tem nos oferecido e, com base na solidez e maturidade que nossa companhia estabeleceu no mercado, prevemos e buscaremos um crescimento na ordem de dez por cento”.

Marcos Casotti, da Cordis Paramentos e Objetos Litúrgicos

“O Espírito Santo tem uma vocação natural para as importações e exportações e oferece condições únicas para o crescimento econômico, que deve ser impulsionado em 2025. Há investimentos expressivos em andamento para melhorar a infraestrutura logística, como nos portos e no setor de transporte, reforçando a posição do nosso estado como um dos principais centros logísticos do Brasil.A VPORTS, por exemplo, tem ampliado sua capacidade de movimentação de cargas, enquanto o Terminal de Vila Velha (TVV) passa por modernizações para garantir maior eficiência em suas operações. A Portocel, tradicionalmente focada no embarque de celulose, está diversificando suas atividades para ampliar sua competitividade no mercado internacional. Temos ainda o Porto da Imetame em construção e o complexo logístico ParklogBR em implementação.Esses projetos estratégicos devem consolidar ainda mais o Espírito Santo como um hub logístico de relevância nacional e internacional, preparado para as oportunidades e desafios futuros”.

Sidemar Acosta, presidente do Sindicato do Comércio de exportação e importação do Espírito Santo (Sindiex)

“O ano de 2025 será de transformações. O comércio digital vem crescendo muito devido às facilidades oferecidas pelas novas tecnologias e uma população cada vez mais optante pelas compras on-line por proporcionar conforto e agilidade em suas negociações. Conforme estatísticas econômicas, o comércio eletrônico deve avançar muito no próximo ano. As plataformas on-line estão cada vez mais preparadas para atender a demanda deste mercado, aprimorada com a inteligência artificial para suprir a necessidade do cliente. As expectativas são de aumento das negociações on-line, não há indícios de queda. Os meios de comunicação sociais estão cada vez mais integrados proporcionando oportunidades de interagir e negociar com clientes. O momento é propício para estudar estratégias de negócios e relacionamento que o comércio digital oferece”.
Cristiano Pacífico, da Pacífico Ar e vice-presidente da Avenpes

“Nossa expectativa para 2025 é que os setores de comércio, serviços e turismo mantenham níveis de crescimento em suas movimentações, pois são fundamentais para a economia capixaba e a melhora da qualidade de vida da população. Também vamos atuar para o fortalecimento da rede de apoio ao setor empresarial e à comunidade como um todo. Seguiremos buscando estimular os setores de comércio, serviços e turismo, além de intensificarmos a capacitação profissional para a população capixaba e expandirmos nossa atuação em ações culturais e de bem-estar social”.

Idalberto Moro, presidente do Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac

“O ano de 2025 continuará sendo promissor para o e-commerce. Inovação com IA e realidade aumentada serão experiências novas aos clientes de compras por meio de internet. O desafio logístico ainda será o maior obstáculo, mas, ainda sim entendo que o novo perfil de consumidor permanecerá buscando a comodidade de receber seus produtos adquiridos em casa, além da maior variedade ofertada. Com inovação, investimento em tecnologia, capacitação, o ecommerce terá a oportunidade de descentralizar operações para que atenda seus clientes com agilidade e qualidade”.

Alexandre Malta, presidente da Avenpes e representante da Wine

“Para 2025, esperamos para o e-commerce que legislações aplicáveis de firma igualitária para todos os contribuintes. Vamos mantendo os objetivos atuais e o fortalecimento do bom trabalho no atendimento ao consumidor final, esperando a evolução da reforma tributária e os impactos delas para o setor”.

Maria Josiane dos Santos Pereira, da FG Farma

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