O mercado de produtos de luxo no Brasil deve faturar cerca de R$ 14 bilhões neste ano, uma alta de 4,2% em relação a 2022, segundo a consultoria Statista. E as operações on-line devem representar 4,8% desse montante. É que, apesar desse segmento concentrar a maior parte das vendas nas lojas físicas, muitas marcas estão “descobrindo” o caminho do e-commerce para expandir o mercado.
O desafio, no entanto, para marcas estreladas como Chanel, Hermès, Prada, Dior, Hugo Boss e Estée Lauder, é transportar a experiência premium disponível nas operações físicas, que incluem até champanhe, para o mundo virtual.
O fato é que hoje o público das grandes “maisons de luxo” quer a comodidade e o ganho de tempo do on-line, mas sem perder a característica da exclusividade.
Soluções
Nos sites, para reforçar a qualidade dos itens, explicar sobre os produtos e mostrar combinações, por exemplo, é possível investir em fotos, vídeos, chatbots e descrições detalhadas dos itens.
Os mimos podem ser enviados junto às peças: uma garrafa de espumante, uma versão mini de um produto da marca, arranjos de flores desidratadas, são algumas opções para encantar esse público mais exigente.
Assistentes virtuais e vendedores são essenciais para completar o processo de vendas do e-commerce e aproximar os clientes. Se eles estiverem curiosos sobre qual material uma peça é feita ou quiserem saber mais sobre as medidas da roupa, podem obter essas informações através de ferramentas como o WhatsApp, chat, Facebook Messenger e muito mais.
A Louis Vuitton e a Prada têm um chatbot alimentado por IA configurado em seu site programado para responder algumas perguntas relacionadas a compras, entregas e devoluções. Se houver alguma pergunta extra não respondida pelo bot, um vendedor de verdade aparece para ajudar, enviando fotos dos produtos e dicas de especialistas.
Outros diferenciais
Marcas como a Dior oferecem frete gratuito em todos os pedidos e embalagens de presente personalizadas como cortesia, como se as vendas tivessem sido feitas na loja.
A famosa britânica Burberry e a italiana Moncler desenvolveram aplicativos nativos focados especificamente em novos produtos, exclusividade, curadoria de itens selecionados e acesso V.I.P. a eventos fechados.
Experiência virtual
Além disso, a realidade virtual permite que clientes da moda de luxo e influenciadores estejam em algum lugar que não estão, enquanto relaxam em casa. A marca de moda Balenciaga distribuiu, recentemente, Oculus VR para 30 membros da imprensa para testemunhar um desfile de moda inteiramente em 3D, sem modelos nem roupas reais.
Ou seja, dá para utilizar a tecnologia, proporcionando experiências únicas, e mesclando com o atendimento tradicional, nas lojas físicas. O mundo está mudando e cabe a cada empresa enxergar os novos desafios e as oportunidades, até no restrito mercado de luxo.