Inovação e infraestrutura: o papel das empresas para o desenvolvimento sustentável

A inovação e a infraestrutura destacam-se como um pilar importante para o crescimento econômico e social e fazem parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU em 2015, que propõem um plano ambicioso para alcançar um futuro mais saudável até 2030.

Com isso, visa-se construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização sustentável e fomentar a inovação. As empresas desempenham um papel central na realização desses objetivos, assumindo responsabilidades e compromissos fundamentais.

E o Espírito Santo tem se destacado nacionalmente nesse quesito, conquistando a segunda posição nacional em infraestrutura, a segunda em solidez fiscal e a quarta em sustentabilidade ambiental, como pode ser conferido no decorrer deste texto.

Desenvolvimento de infraestruturas resilientes

Empresas em setores como construção, energia, transporte e telecomunicações têm um impacto direto na qualidade e resiliência das infraestruturas. Investir em tecnologias modernas e sustentáveis é essencial para garantir que essas infraestruturas não apenas atendam às necessidades atuais, mas também sejam preparadas para os desafios futuros, como mudanças climáticas e urbanização acelerada.

Por exemplo, empresas de construção podem adotar práticas de construção verde, utilizando materiais sustentáveis e técnicas que minimizem o impacto ambiental. Já as empresas de energia podem investir em fontes renováveis, como solar e eólica, para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Fomento à inovação

A inovação é um componente vital, impulsionando o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções para problemas complexos. As empresas têm a responsabilidade de investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para criar produtos e serviços inovadores que atendam às necessidades do mercado de forma sustentável.

Empresas podem criar ecossistemas de inovação através de parcerias com universidades, centros de pesquisa e startups. Além disso, adotar uma cultura de inovação interna, incentivando a criatividade e o pensamento crítico entre os funcionários, pode resultar em avanços significativos que contribuem para o desenvolvimento sustentável.

Adoção de tecnologias digitais

A transformação digital é uma força motriz para a inovação e a eficiência. Empresas que adotam tecnologias digitais, como inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e blockchain, podem otimizar operações, reduzir desperdícios e melhorar a transparência e a rastreabilidade em suas cadeias de suprimentos.

Por exemplo, a utilização de IoT em fábricas inteligentes pode melhorar a eficiência energética e a gestão de recursos, enquanto o blockchain pode garantir práticas de comércio justo e sustentabilidade ao longo da cadeia de valor.

Espírito Santo em destaque

O Espírito Santo se destacou no Ranking de Competitividade dos Estados 2023, divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), ocupando a segunda posição nacional em infraestrutura, a segunda em solidez fiscal e a quarta em sustentabilidade ambiental. Pelo segundo ano consecutivo, o estado está entre os dez mais competitivos do Brasil e é o terceiro da Região Sudeste. Mesmo mantendo a 10ª posição em competitividade geral, o Espírito Santo apresentou crescimento relevante em áreas que fortalecem o ambiente de negócios.

A classificação comprova a qualidade da gestão fiscal do estado, que já alcança 11 anos de Nota A em Capacidade de Pagamento. O Espírito Santo também obteve a mesma avaliação para a qualidade das informações contábeis, além de bater recordes de investimento em 2022, com R$ 4 bilhões destinados a áreas como saúde, educação e segurança. O ranking utiliza 99 indicadores em dez pilares, incluindo infraestrutura, educação, sustentabilidade e inovação, permitindo uma visão abrangente sobre a competitividade dos estados.

O cenário brasileiro

Quanto ao cenário nacional, o Brasil, apesar de possuir potencial para liderar em inovação e infraestrutura, ainda exibe indicadores comparáveis a nações menos desenvolvidas. Para adaptar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) à realidade nacional, o país precisa fortalecer a integração regional, aprimorar o sistema viário e ampliar o uso de transportes ferroviário, aquaviário e dutoviário para reduzir custos.

Em inovação, o investimento permanece baixo: o Brasil aplicou cerca de 1,26% do PIB em P&D em 2018, enquanto países como China, EUA e Alemanha destinaram 2,19%, 2,84% e 3,09%, respectivamente, no mesmo ano, segundo a Unesco.

O investimento total em 2020 foi de cerca de 84 bilhões de reais, um montante muito inferior aos 580 bilhões aplicados em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) pelas seis maiores empresas do ranking da EU Industrial R&D Investment Scoreboard.

A Lei do Bem, principal mecanismo de incentivo à inovação no país, impactou mais de 2.500 empresas em 2020, gerando 3,87 bilhões em renúncia fiscal, mas ainda é necessário elevar o investimento para a meta de 2% do PIB. Além disso, promover atividades tecnológicas de alta complexidade e facilitar serviços financeiros para micro e pequenas empresas são medidas prioritárias para impulsionar o crescimento econômico e a competitividade do Brasil.

Iniciativas e projetos

Conheça abaixo algumas iniciativas, leis e projetos que visam fortalecer a indústria, inovação e infraestrutura tanto em nível nacional quanto regional.

Lei do Bem (Lei 11.196/2005)

– Oferece incentivos fiscais para empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) voltado à inovação tecnológica.

– Permite a dedução de uma porcentagem dos investimentos do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR)

– Incentiva a indústria, inovação e infraestrutura em regiões menos desenvolvidas do Brasil.

– Oferece incentivos fiscais e financeiros para empresas que se estabeleçam ou expandam suas operações em áreas prioritárias.

Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT)

– Lançado em 2019, visa promover o desenvolvimento e a adoção de tecnologias IoT no país.

– Impulsiona a inovação em setores como agricultura, saúde, indústria e cidades inteligentes, com foco em pesquisa, capacitação e infraestrutura digital.

Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

– Engloba projetos de diferentes portes em áreas como transporte, energia, habitação, saneamento e mobilidade urbana.

– Conta com um orçamento de R$ 1,7 trilhão para ações em todos os estados brasileiros.

Compromisso contínuo

A responsabilidade das empresas não se limita a iniciativas pontuais; é um compromisso contínuo que exige adaptação e evolução constante. Relatórios de sustentabilidade, auditorias externas e a adesão a padrões internacionais, como o Pacto Global da ONU, são maneiras de assegurar a transparência e a responsabilidade nas ações corporativas.

As empresas que abraçam esses princípios não apenas contribuem para um mundo mais sustentável, mas também fortalecem sua competitividade e resiliência a longo prazo. Em um mercado cada vez mais consciente e exigente, o compromisso com a sustentabilidade e a inovação não é apenas uma responsabilidade ética, mas uma vantagem estratégica.

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