Pesquisa revela que e-commerce no Brasil segue em alta e destaca quais são as receitas do sucesso

O setor de e-commerce no Brasil teve um bom desempenho no ano passado, superando os números de 2022 e apontando para um crescimento ainda mais substancial em 2024. O número de lojas virtuais também aumentou em 17,1%, chegando a mais de 2,2 milhões. Entre os motivos para o sucesso dos canais digitais estão: conveniência, segurança e diversificação para os consumidores, oferecendo variedade de produtos, serviços e formas de pagamento. 

Os dados são da 10ª edição da pesquisa Perfil do E-Commerce Brasileiro, divulgada pela BigDataCorp, maior empresa de dados da América Latina. “O levantamento também mostra que o e-commerce brasileiro está cada vez mais democrático, atendendo a diferentes públicos e regiões”, afirma Thoran Rodrigues, CEO da empresa.

Empresas de pequeno porte

Houve, segundo a pesquisa, um crescimento significativo nas empresas de pequeno porte, aquelas com faturamento anual de até R$ 5 milhões. Esse aumento veio junto com uma queda na parcela de empresas que têm faturamento mais elevado, que hoje totalizam apenas 2,8%.

Loja física e on-line

O estudo aponta que a proporção de e-commerces que possuem loja física caiu para 7,8% em 2023, contra cerca de 19% em 2022. Os marketplaces, por outro lado, seguem cada vez mais relevantes. O número de e-commerces presentes em pelo menos um marketplace teve um aumento de 61% nos últimos 2 anos, saltando de 14,8% para 23,8%.

Cenário promissor para o comércio eletrônico

“Interessantemente, pequenos negócios estão ganhando destaque, o que mostra uma democratização do e-commerce. A queda na integração com lojas físicas e o aumento significativo em marketplaces realçam a eficácia do comércio eletrônico”, comenta Thoran Rodrigues.

Perfil das empresas

O estudo apontou que 76,1% dos e-commerces são familiares, e que 88% deles têm menos de 10 funcionários. A maioria (50,6%) são na verdade empresas individuais, nas quais apenas o empreendedor trabalha.

Segurança e fraudes

A preocupação com segurança contra fraudes bateu recorde: 95% das empresas utilizam certificados SSL (Secure Sockets Layer), que é uma camada de segurança que criptografa os dados transacionados entre consumidor e loja on-line. Houve um grande aumento na adesão da ferramenta desde 2016 (73,8% versus 95,4% em 2023).

Os lojistas também têm investido mais no uso de tecnologia para melhorar a experiência do cliente: 66,3% aceitam carteiras digitais como pagamento.

Outros destaques do estudo

  • Cerca de 81,9% das lojas on-line contam com mídias sociais. Embora o Facebook ainda seja a rede mais utilizada, o TikTok vem rapidamente ganhando espaço. Em 2021, estava presente em 1,2% das lojas, e hoje já está em 20,1%;
  • O mercado de plataformas de construção de sites segue em consolidação. A quantidade de opções disponíveis para os empreendedores caiu de mais de 200 em 2022 para 167 neste ano;
  • Acessibilidade digital continua sendo um grande problema, apesar de um avanço significativo. Em 2022, apenas 0,06% das lojas eram aprovadas em todos os testes de acessibilidade, número que subiu para 1,7% em 2024.

Novas tendências para 2024

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo apontou que 70% dos consumidores pretendem continuar comprando pela internet. Ou seja, fazer compras on-line é um hábito que veio para ficar. Por isso, é preciso estar ligado às tendências do e-commerce para 2024, como forma de se destacar.

O que pode e, provavelmente, irá acontecer é que muitos empreendedores vão enxergar oportunidades para expandir seus negócios on-line e unir o e-commerce às suas estratégias de vendas. Em decorrência disso, o mercado digital ficará ainda mais competitivo.

Entre as principais tendências do e-commerce para 2024 estão o omnichannel, o voice commerce, o cashback e a inteligência artificial. Veja abaixo.

1 – Omnichannel

Diz respeito à integração de diferentes canais de venda e comunicação com o intuito de tornar a jornada de compra mais personalizada. O objetivo é garantir que sua marca esteja presente em todos os canais que o seu público-alvo costuma acessar.

Se um cliente entra em contato primeiro via e-mail, depois pelo chat on-line, ele não precisa explicar seu problema inteiro novamente, uma vez que o histórico da conversa fica registrado na mesma plataforma. As trocas, devoluções e controle de estoque precisam estar fortemente integrados e, se você vende por meio de várias plataformas e algumas delas cobram taxas, a precificação de produtos deve ser feita de acordo com cada canal de vendas. Ou, então, você pode compensar as taxas no valor dos produtos igualmente entre as plataformas.

2 – Voice Commerce

O voice commerce, uma prática que tem sido impulsionada pelo Google, que ajustou seu algoritmo para entender melhor as buscas por voz, é outra forte tendência do e-commerce para 2024. Isso porque tudo o que agiliza o processo de comunicação e compra tende a ser muito forte entre os usuários. A crescente demanda por podcasts e o grande volume de mensagens de voz encaminhadas no WhatsApp, por exemplo, são prova disso.

3 – Recommerce

A prática de colocar um produto de volta no mercado, após já ser usado por um tempo ou reformado, é chamada de recommerce. Um ponto que afirma essa tendência é a quantidade crescente de brechós nas cidades e, principalmente, no Instagram. A prática é estimulada pela preocupação com a sustentabilidade; com a economia brasileira, diante de um cenário de inflação crescente; e pelo slow fashion, tendência de moda que busca entender a fundo a origem dos produtos e aproveitá-los ao máximo antes do descarte.

4 – Cashback

Outra tendência que promete se destacar em 2024 é o cashback, que nada mais é do que um sistema que devolve uma parcela do valor gasto em compras ao consumidor. Essa devolução é feita em forma de créditos ou depósito em conta bancária.

5 – Prazos de entrega cada vez menores

Os consumidores buscam lojas e aplicativos com prazos de entrega cada vez menores, inclusive, pagando mais caro por isso. O mercado, buscando aprimorar ainda mais esse tempo de entrega, agora está investindo em entregas por drones.

6 – Pix

Seguindo a linha do imediatismo, os meios de pagamento instantâneos também são uma forte tendência no varejo. Nesse sentido, um meio de pagamento que já cresceu muito e vai continuar crescendo ainda mais é o Pix.

7 – Atendimento automatizado

O atendimento automatizado é aquele realizado sem a necessidade de uma pessoa do outro lado. Os chatbots, por exemplo, são excelentes opções para automatização do atendimento ao cliente. Você pode configurar inúmeros caminhos e respostas que um visitante pode interagir e pedir para o bot, desafogando bastante seu time de atendimento.

8 – Inteligência artificial e Big Data

Rastrear o comportamento de um usuário no seu site e proporcionar interações baseadas nisso pode ser um diferencial. A personalização está em alta e os algoritmos conseguem fazer isso. Se seu site possuir uma política de privacidade e um aviso de cookies, você está dentro das regras.

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